(ver detalhes nas abas)
Desafios da Escrita Científica
Minicurso
Proponente: Alan Milhomem - jornalista, especialista e
assessoria de comunicação e mestrando em Comunicação e Sociedade
(PPGCom-UFT).
Ementa: A escrita científica / Níveis de trabalhos:
monografia, dissertação e teses / A escrita de artigos: estrutura e
linguagem.
Proposta: Apresentar e discutir com os participantes os
processos da escrita científica, destacando os nives de trabalhos acadêmicos e
as diferenças na escrita de cada um. Por fim, o foco do minicurso será na
estrutura e escrita de artigos científicos, mostrando cada tópico e os
principais desafios na escrita.
INTRODUÇÃO À TEORIA CRÍTICA
Minicurso: Introdução à
Teoria Crítica
Fábio Caires Correia[1]
Marcos Lentino
Messerschimdt[2]
EMENTA
Se a
modernidade apresenta a racionalidade como portadora do ideal de uma humanidade
livre e emancipada, os rumos desta mesma racionalidade, atrofiada em sua
dimensão instrumental, desmentem completamente seu impulso inicial. Diferentemente
de muitos diagnósticos da época que viam na sociedade totalitária um déficit de
racionalidade, para os teóricos da assim chamada “Escola de Frankfurt” trata-se
muito mais de uma realização desta racionalidade. Neste sentido, a arqueologia
da dimensão totalitária da razão ocupará grande espaço no conjunto de
pensadores da primeira geração da Teoria
crítica da sociedade, a saber, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse
e, de maneira (in)direta, Walter Benjamin. Assim sendo, objetivamos apresentar,
nesta proposta de minicurso, ainda que panoramicamente, os limiares desta
corrente de pensamento, centrando-nos em alguns aspectos que nos parecem
importantes para compreendermos este século profundamente marcado pela dinastia
da racionalidade instrumental. Dado os limites propostos pelo trabalho, nosso
foco será, como já dito, a primeira geração desta referida corrente.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Ø A fundação do Institut für Sozialforschung – Um
projeto interdisciplinar (20 min.)
Ø Teoria Tradicional e Teoria
Crítica – Max Horkheimer (20 min.)
Ø A Dialektik der Äufklarung – Crítica e arqueologia da razão
instrumental (30 min.)
Ø Intervalo (15 min.)
Ø Sobre o conceito de “Indústria
Cultural” (30 min.)
Ø Arte, técnica e reprodução –
Walter Benjamin e Theodor Adorno (30 min.)
Ø Teoria crítica no Brasil –
Recepção e herança (30 min.)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Theodor & HORKHEIMER,
Max. Dialética do Esclarecimento.
Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
ADORNO, Theodor. Ästhetische Theorie. Frankfurt am Main:
Surkhamp, 1990.
CAMARGO, Silvio César.
Os primeiros anos da “Escola de Frankfurt” no Brasil. In: Lua Nova, São Paulo, 91: 105-133, 2014.
CHACON, Vamireh. A
recepção da Escola de Frankfurt no Brasil. In: Revista Brasileira de Filosofia, v. 41, n. 176, p. 453-457,
out./dez. 1994.
DUARTE, R. Adorno/Horkheimer & a Dialética do
Esclarecimento. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2002.
HORKHEIMER, Max; ADORNO,
Theodor W. Textos escolhidos. São
Paulo: Nova
Cultural, 1975. (Os
Pensadores; 16).
MERQUIOR, J. G. Arte e sociedade em Marcuse, Adorno e
Benjamim: ensaio crítico sobre a escola neohegeliana de Frankfurt. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.
NOBRE, M. A Teoria Crítica. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2004.
________. Curso Livre de Teoria Crítica. 3ª
Edição. ed. Campinas, São Paulo: Papirus,
2013.
SELIGMANN-SILVA, Márcio.
A atualidade Walter Benjamin e Theodor W.
Adorno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
WIGGERSHAUS, Rolf. Escola de Frankfurt: História,
desenvolvimento teórico, significação política. Tradução de Vera de Azambuja
Harvey. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
[1] Doutorando
em Filosofia Ética e Filosofia Política, pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Bolsista CAPES/PROEX. E-mail: fabio.caires@acad.pucrs.br
[2] Mestrando em
Filosofia, Ética e Filosofia Política, na Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. Bolsista CNPQ. E-mail: marcoslmesser@gmail.com
MATEMÁTICA APLICADA AO MÉTODO DE RENÊ DESCARTES
Linha de pesquisa: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
PROPONETE:
Leandro de Oliveira Pires
Engenheiro Civil – UFG
Licenciando em Filosofia –
UFT Especializando em Ética e Ensino de Filosofia - UFT
A proposta deste minicurso é
defender a visão racionalista do filósofo René Descartes, apresentando uma
forma filosófica de resolver problemas reais do cotidiano através da matemática.
O intuito é desenvolver o raciocínio cartesiano aplicando-o em situações reais.
Inicialmente iremos estudar o
pensamento filosófico de Renê Descartes em seu desenvolvimento diacrônico,
destacando aspectos interessantes da sucessão temporal de seu pensamento
filosófico racionalista e suas relações e, a partir dai, fugindo do
anacronismo, usar sua contribuição para esclarecer e melhorar o entendimento
das ideias definidas de maneira universal pela matemática. A matemática é ao
mesmo tempo lógica e abstrata, trabalha com padrões e conjecturas de tempo,
espaço, forma, quantidade, variações destes, estatística e etc. A aritmética se
resume às quatro operações matemáticas: soma, subtração, multiplicação e
divisão. Descartes ainda fala de uma quinta operação, que seria a extração de
raízes, que nada mais é do que uma forma especifica de divisão. A geometria
seria uma primeira forma de observarmos elementos cotidianos e usarmos a
aritmética para solucionarmos, tais como distâncias, curvas, planos, objetos espaciais
e fazermos comparações entre dois elementos claramente distintos.
Especificamente em relação à
obra Discurso do Método de
Descartes, daremos destaque à segunda parte, em
que o filósofo demonstra como conceber de forma nítida e distinta os objetos, ou
seja, as regras do Método e à quarta parte, onde é apresentada a aplicação do
Método na metafísica, na qual é demonstrado como compreender a verdade do mundo
externo e Deus através da razão, descrevendo o sentido e a finalidade da
realidade como um todo.
Dando sequência, iremos
apresentar três situações claras e distintas para aplicar o Método Cartesiano,
aproveitando o ensejo para entender alguns conceitos matemáticos e resolver as
questões levantadas nestas situações.
A primeira situação, “O idade
de Maria”, será introduzido o conceito de soma junto com o Método. O intuito
dessa análise é demonstrar o quanto uma simples soma nos ajuda a entender todos
os pontos abordados pela situação, e a partir dessa análise concluir que a
solução pode estar escondida atrás da provocação.
A segunda situação, “O dilema
de Phelps”(Paradoxo de Zenão de Eléia), usaremos a multiplicação junto com o
Método para entender um conceito matemático
um pouco abstrato, o
infinito. É importante que o conceito de analise infinitesimal, criada pelo
filosofo alemão Leibniz a partir do Método Cartesiano, fique clara para que
compreendamos duas coisas: o infinito nem sempre é algo inatingível ou
ilimitado; infinitas possibilidades pode ser uma solução real.
Por ultimo, e não menos importante,
trataremos do problema da “Travessia do rio”, onde um grupo de pessoas precisa
atravessar um rio em um barco, mas existem várias verdades associados à
travessia que faz com que a situação tenha que ser analisada juntamente com
esses vários aspectos de verdade. Esta situação não exige aritmética de forma
especifica, mas servirá para compreendermos o valor de uma verdade.
Referências.
DESCARTES, R., Discurso do método. São
Paulo: Martins Fontes, 2001
PIAUÍ,
William de Siqueira, MATEMÁTICA E METAFÍSICA EM LEIBNIZ: O Cálculo Diferencial
e Integral e o processo psíquico-metafísico da percepção. Theoria –
Descartes o racionalista do método e o relativista do gosto: implicações estéticas no pensamento cartesiano
Minicurso
Carga Horária: 3 horas.
Isaú Ferreira Veloso Filho1
1 Prof. Substituto da Universidade Federal do Tocantins-UFT, mestre em Estética e filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP e graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes.
A proposta visa alargar as
possibilidades de análises sobre o filósofo francês, pai da modernidade, René
Descartes. Apresentando uma nova perspectiva, uma visão diferente da comumente
defendida na história da filosofia, a saber: de cunho puramente racionalista.
Nesses termos, intentamos aqui desenvolver não uma ruptura, mas uma ampliação
na maneira de se interpretar o filósofo. Esta que além de apresentar a
perspectiva racionalista, canônica na filosofia, busca exibir uma posição em
certa maneira relativista.
O fio condutor que norteará
nossa análise será a perspectiva estética, esta que perpassa, a partir da
música, a transição do Descartes matemático e cientista para o Descartes
filósofo. O itinerário busca ilustrar a mudança de um pensador racionalista
preocupado com o uso da matemática, matéria pura da razão como meio de conhecer
com caráter de verdade a realidade, para o filósofo. Este que admite existirem
questões outras na apreensão sobre o belo ou agradável, que por sua vez, não
podem ser definidas de maneira universal pela matemática.
Para que nossa proposta seja
contemplada a primeira parte do conteúdo apresentará o Descartes racionalista,
a partir, primordialmente, dos comentadores Geneviève Rodis-Lewis e Franklin
Leopoldo. Em sequência discutiremos a obra fundamental do autor: o Discurso do Método. Especificadamente
na segunda parte apresentaremos como o filósofo francês demonstra o caminho para
se chegar ao conhecimento verdadeiro acerca dos objetos, ou seja, define as
regras do seu método. Em
sequência exibiremos a aplicação deste na metafísica, quarta parte do Discurso, trazendo a justificativa que faltava
para confirmar a verdade do mundo empírico pela matemática. Demonstrando como a
verdade do mundo externo pode ser compreendida a partir da razão com o uso de um método, este
que tem seu caráter de certeza assegurado pelo argumento do Deus bom e veraz.
Findada está etapa vamos a
segunda parte do conteúdo, onde está o cerne da nossa proposta: a perspectiva
estética de Descartes. Assim, a partir da primeira obra cartesiana- Compendio de música-1618- demonstraremos
a tentativa do filósofo em relacionar certas consonâncias musicais com afetos
de maneira universal com base na razão matemática. Em outros termos, vamos
esmiuçar o Compendio
mostrando
como ele se aproxima de uma estética racionalista, isto é, associando o belo e
o agradável à aquilo que representa a proporção e harmonia da matemática sendo
quista universalmente. Em outros termos, como o filósofo se insere na corrente
estética da Teoria
dos Afetos.
Como contraposição ao ponto
apresentado acima vamos a partir das Cartas trocadas entre Descartes e o Pe. Mersenne nos anos de 1629 a
1631, traduzidas em minha dissertação, mostrar como essa “matematização” dos
afetos se mostra infrutífera para o pensador. Em outros termos, como o filósofo
francês se mostra bastante relativista a maneira como o belo e o agradável
surgem nos indivíduos. Levantando questões como a experiência empírica e o gosto de cada sujeito frente a obra
apreciada, em última instância, demonstrando uma ruptura com a perspectiva
racionalista. Sobretudo no que diz respeito à relação entre a música e o afeto
criado no expectador.
Referências.
DESCARTES, René. Compendio de Música. Coleccion
Metropolis. Madrid: Tecnos, 2001. Tradução: Primitiva Flores e Carmen Gallardo.
______. Discurso do método. Coleção Os
Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, 1a Ed. Tradução: J. Guinsburg e
Bento Prado Júnior.
______. Obras escogidas.
Buenos Aires: Charcas, 1980, 2a Ed. Traducción: Ezequiel de Olaso y Tomás
Zwank.
______. The Philosophical
Writings of Descartes, vol. III: The Correspondence. Translation: John
Cottingham, Robert Stoothoff, Dugald Murdoch, and Anthony Kenny. Cambridge:
CUP, 1991.
Dill, Charles. “Music, Beauty
and the Paradox of Rationalism.” In: French Musical Thought, 1600-1800, edited
by Georgia Cowart, 197-210. Ann Arbor, MI: UMI Research Press, 1989.
FUBINI, Enrico. Estética da
Música. Lisboa: Edições 70, 2008. Tradução: Sandra Escobar.
RODIS-LEWIS, Geneviève. Descartes e o racionalismo. Colecção
substância. Porto: RÉS Editora, 1979. Tradução: Jorge de Oliveira Baptista.
VELOSO FILHO, I F. A estética cartesiana entre a Teoria dos Afetos e o
Gosto subjetivo. 2015, 103f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de
Ouro Preto. Instituto de Filosofia, Artes e Cultura. Filosofia. Estética e
Filosofia da Arte.
ENSINO DE FILOSOFIA: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO CONTEXTO DA RACIONALIDADE INSTRUMENTAL
Minicurso
Carga Horária: 3 horas.
Ensino de
Filosofia: a formação de professores no contexto da racionalidade instrumental
RESUMO: O presente minicurso tem como objetivo
discutir a formação de professores de Filosofia em meio ao contexto da
racionalidade instrumental presente na sociedade contemporânea. A racionalidade
instrumental é um tipo de racionalidade perversa, chamada pelo filósofo
frankfurtiano Herbert Marcuse de racionalidade tecnológica. Atualmente, está em
evidência o uso de tecnologias em sala de aula, mas quais as possíveis
implicações disso para a Educação, para a formação de professores e para o
Ensino de Filosofia? A base para o debate que se propõe em torno desse tema é a
crítica marcuseana ao capitalismo devido ao processo de dominação decorrente da
introjeção da racionalidade tecnológica. Uma análise de dois textos do filósofo
- “A ideologia da Sociedade industrial: o
homem unidimensional”, publicado originalmente em 1964, e “Algumas implicações
sociais da tecnologia moderna”, publicado originalmente em 1941 -, sugere a
existência de muitas implicações da tecnologia contemporânea no atual contexto
de desenvolvimento histórico das forças produtivas, como o precondicionamento
às necessidades repressivas, a padronização do comportamento e a eliminação da
crítica, o estímulo à cultura do consumo e a obsolescência planejada da
tecnologia, o processo de mercantilização da vida, dominação versus autonomia, etc. Para estimular o
debate, tais implicações serão tratadas a partir de um filme de 30 minutos,
intitulado “Quinze
milhões de méritos” - episódio 2, da primeira temporada da série Black Mirror.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Filosofia. Formação de professores. Teoria
Crítica. Capitalismo. Racionalidade instrumental.
[1] Professor no Programa de
Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO), da Universidade Federal do Tocantins.
E-mail: psoares@uft.edu.br
[2] Pós-graduando no Programa de
Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO), da Universidade Federal do
Tocantins. E-mail: rafael.siloli@gmail.com
[3] Pós-graduando no Programa de
Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO), da Universidade Federal do
Tocantins. E-mail: egidiowebler@yahoo.com.br
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